Lula propõe no BRICS novas formas de pagamento para reduzir a dependência do dólar em transações entre países membros

Mecanismos de pagamento sem dólar

Lula enfatizou que o objetivo não é substituir as moedas locais, mas sim estabelecer um sistema financeiro mais alinhado com a realidade multipolar desejada. Ele defendeu a urgência dessa discussão, afirmando que “não pode ser mais adiada”. A implementação de um mecanismo de compensação de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no BRICS.

A importância do BRICS no cenário global

O BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa mais de 3,6 bilhões de pessoas e cerca de 36% do PIB global. O bloco tem mostrado um crescimento econômico significativo nas últimas décadas, desafiando o domínio das economias ocidentais. Lula apontou que, mesmo com esse potencial, os fluxos financeiros ainda favorecem as nações ricas, tornando essencial que o BRICS promova sua própria autonomia financeira.

Iniciativas para pequenas e médias empresas

Um dos pontos destacados por Lula foi a necessidade de estabelecer linhas de crédito em moedas locais voltadas para pequenas e médias empresas. Essa iniciativa visa estimular o empreendedorismo dentro do bloco, permitindo que empresas emergentes tenham acesso a recursos sem depender de instituições financeiras tradicionais. O presidente ressaltou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, é um passo fundamental nessa direção.

Rompendo com as instituições tradicionais

Lula também criticou o que chamou de “Plano Marshall às avessas”, onde as economias emergentes financiam o mundo desenvolvido. Ele defendeu que as iniciativas e instituições do BRICS rompem com essa lógica, buscando promover uma governança mais inclusiva e sustentável. O foco em soluções financeiras que favoreçam os países em desenvolvimento é uma estratégia essencial para alterar a dinâmica de poder econômico global.

Fortalecendo a cooperação do Sul Global

O lema da presidência brasileira do BRICS será “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Essa abordagem reflete um compromisso em promover uma agenda que priorize as necessidades e interesses das nações em desenvolvimento, em um momento em que as questões globais, como as mudanças climáticas e conflitos, exigem uma resposta coordenada.

Críticas às guerras e à falta de paz

Em seu discurso, Lula também abordou a questão das guerras em curso, como o conflito em Gaza e a situação entre Ucrânia e Rússia. Ele destacou a necessidade de evitar uma escalada e de iniciar negociações de paz. Lula chamou a atenção para a importância de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns, enfatizando que as tensões geopolíticas atuais requerem uma colaboração maior entre as nações do BRICS.

O futuro do BRICS sob a liderança brasileira

Com o Brasil assumindo a presidência do BRICS, as expectativas são altas para o avanço das propostas discutidas. O foco em mecanismos de pagamento alternativos e na cooperação interbancária será crucial para moldar o futuro do bloco. A visão de Lula para um sistema financeiro mais justo e equilibrado pode ser um passo significativo na busca por maior autonomia econômica e política entre as nações emergentes.

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