A indústria do Brasil sobe 30 posições no ranking global, impulsionada pela redução da taxa de juros e demanda por bens duráveis

“Indústria do Brasil” cresce com a redução da taxa de juros

Em um momento em que muitos países enfrentam desafios econômicos, a indústria do Brasil conseguiu aumentar sua produção em 2,9% no segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. A redução na taxa básica de juros, a Selic, que caiu de 13,75% para 10,50% entre agosto de 2023 e maio de 2024, foi um fator crucial que ampliou o acesso ao crédito, especialmente para a compra de bens duráveis.

O impacto da Selic na economia

Com a taxa de juros mais baixa, consumidores brasileiros tiveram mais acesso a crédito, o que resultou em um aumento na demanda por produtos como eletrodomésticos, móveis e eletrônicos. Essa movimentação é parte de um ciclo que pode durar alguns meses, e os economistas, como Rafael Cagnin do Iedi, indicam que a recuperação econômica é consequência desse efeito defasado.

Comparação com outros países latino-americanos

O desempenho da indústria do Brasil se destaca em comparação a outros países da América Latina. Enquanto o Brasil avançou para a 40ª posição, outros países como Chile, México e Argentina enfrentaram quedas significativas em sua produção industrial. A Argentina, por exemplo, viu sua produção cair 17,1%, refletindo os desafios econômicos e sociais que o país enfrenta.

Contribuições adicionais para o crescimento

Além da redução da Selic, vários fatores contribuíram para o crescimento da indústria do Brasil. O aumento de empregos e a melhoria nos salários reais, juntamente com programas sociais como o reajuste do salário mínimo e a ampliação do Bolsa Família, injetaram mais recursos na economia. Essa combinação criou um ambiente favorável para o crescimento do setor industrial.

Desempenho comparativo com potências econômicas

Curiosamente, o crescimento da indústria do Brasil superou o desempenho de grandes economias como Estados Unidos e Reino Unido. Enquanto a indústria norte-americana encolheu 0,1% e a britânica 0,5%, o Brasil viu sua produção crescer. Esses números mostram que, apesar das dificuldades globais, o Brasil está se posicionando como um jogador relevante no cenário industrial.

Desafios à vista: altas de juros e comércio internacional

Contudo, nem tudo são flores. A recente decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de aumentar a Selic acende um alerta sobre a sustentabilidade desse crescimento. Cagnin menciona que o novo ciclo de alta nos juros pode frear a expansão da indústria do Brasil. Além disso, as barreiras comerciais impostas por potências como os Estados Unidos e Europa podem intensificar a competição com produtos chineses, afetando ainda mais o mercado interno.

Perspectivas futuras para a indústria

Apesar dos desafios, as expectativas para 2024 permanecem otimistas. O crescimento da indústria do Brasil não apenas deve continuar, mas também pode contribuir de maneira significativa para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Claudio Considera, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, a tendência é de um fortalecimento contínuo da indústria, desde que as políticas econômicas se mantenham favoráveis.

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