Grande SP ainda tem 36 mil clientes sem energia elétrica
A Enel, responsável pela distribuição de energia em São Paulo, revelou que, após um apagão que começou na última sexta-feira (11), aproximadamente 36 mil clientes ainda estão sem energia elétrica. Esse incidente foi desencadeado por um forte temporal que atingiu a região. Durante uma coletiva de imprensa, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, declarou que, apesar da quantidade de clientes sem fornecimento, o número está “muito próximo da operação normal”.
O impacto do apagão na Grande SP
O apagão atingiu um total de 3,1 milhões de clientes, mostrando a gravidade da situação. A rede afetada incluiu 17 linhas de alta tensão, 11 subestações e uma infinidade de circuitos de média tensão. A Enel apontou que, nas primeiras 24 horas, conseguiu recuperar cerca de 79% do fornecimento. Embora esse número seja um avanço em comparação ao ano passado, a situação atual ainda é preocupante, pois reflete a fragilidade da infraestrutura elétrica da região.
Recuperação e desafios
A recuperação após eventos climáticos extremos é um desafio constante. De acordo com Lencastre, a Enel ainda está mobilizando sua força de trabalho para restaurar o fornecimento de energia. A empresa prioriza clientes que estão sem energia há mais tempo, demonstrando um compromisso com a eficiência no restabelecimento dos serviços. O foco continua sendo a normalização da operação, mesmo que a crise não tenha terminado oficialmente.
A necessidade de investimentos na rede elétrica
Um dos principais pontos abordados por Lencastre foi a necessidade de investimentos na rede elétrica de São Paulo. Com redes construídas há quase 100 anos, muitos trechos carecem de modernização. A infraestrutura antiga não apenas contribui para os problemas de fornecimento, mas também limita a capacidade de resposta da Enel diante de eventos climáticos severos. Ele destacou que, sem um investimento massivo, a situação tende a se repetir.
Mudanças climáticas e resiliência da rede
A discussão sobre mudanças climáticas e a resiliência da rede elétrica é mais pertinente do que nunca. Lencastre sugeriu que a modernização do contrato de concessão é fundamental para que as concessionárias possam investir adequadamente em infraestrutura resiliente. Isso inclui projetos específicos em bairros estratégicos, com o objetivo de criar um modelo a ser replicado em outras áreas da cidade.
Incentivos para a modernização da rede
A modernização dos contratos de concessão deve incluir incentivos que estimulem as concessionárias a investir em resiliência. O presidente da Enel enfatizou que todos os setores envolvidos, incluindo a sociedade civil e órgãos públicos, devem colaborar para garantir que as redes elétricas estejam preparadas para enfrentar as adversidades do clima. A implementação de tecnologias de previsão climática, por exemplo, é uma estratégia que pode aumentar a prontidão e a eficiência na recuperação.
Alternativas para o futuro da distribuição de energia
Além das melhorias na infraestrutura, a Enel está explorando alternativas, como redes subterrâneas, que, apesar de serem mais caras, podem oferecer uma solução viável a longo prazo. No entanto, o custo elevado das redes subterrâneas — dez vezes mais do que as aéreas — ainda representa um grande obstáculo.
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