Entenda a história do horário de verão no Brasil e sua possível volta em um momento de crise hídrica

O horário de verão é um tema que sempre gera debates e curiosidade. Você sabia que sua origem remonta ao século XVIII? E que, no Brasil, essa prática já passou por diversas mudanças desde sua primeira adoção em 1931? Atualmente, com a crise hídrica e o aumento do consumo de energia durante os meses quentes, a possibilidade de reintroduzir o horário de verão no país está sendo considerada. Mas o que isso significa realmente? Vamos explorar essa questão em detalhes.

O que é o horário de verão?

O horário de verão é uma prática que consiste em adiantar os relógios em uma hora durante os meses de calor, geralmente para economizar energia elétrica. A ideia é que, ao ter mais luz natural à disposição durante a noite, o consumo de eletricidade para iluminação artificial diminua. Essa prática se espalhou pelo mundo, mas cada país a implementa de acordo com suas necessidades.

A origem do horário de verão

A ideia do horário de verão não é nova. Benjamin Franklin, um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos, propôs a mudança em 1784 para economizar velas. Apesar da proposta de Franklin, a prática só foi adotada formalmente mais de um século depois, durante a Primeira Guerra Mundial, quando Alemanha e Reino Unido implementaram a mudança como forma de economizar combustível.

Quando o horário de verão chegou ao Brasil?

No Brasil, o horário de verão foi implementado pela primeira vez em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas. A ideia era similar àquela adotada em outros países: reduzir o consumo de energia elétrica. Inicialmente, a duração foi de cinco meses e abrangia todo o território nacional. Desde então, o horário de verão teve períodos de adoção intermitente, sendo reintroduzido em 1985 devido ao racionamento de energia.

Por que o horário de verão foi extinto?

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro decidiu extinguir o horário de verão, com base em uma recomendação do Ministério de Minas e Energia, que indicava que a medida tinha pouca efetividade em economizar energia. Essa decisão gerou controvérsias, uma vez que a prática era considerada benéfica por muitos cidadãos e setores da economia.

O contexto atual e a seca no Brasil

Atualmente, o Brasil enfrenta a pior seca da sua história, impactando diretamente as hidrelétricas, que são a principal fonte de energia do país. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está considerando a reintrodução do horário de verão como uma possível solução para mitigar os efeitos da crise hídrica, especialmente com o aumento da demanda de energia nos meses mais quentes. A ideia é que, ao adiar o início da noite, as usinas solares e eólicas possam ajudar a atender a demanda de energia durante os horários de pico.

Os benefícios potenciais do horário de verão

Se o horário de verão for reinstaurado, a economia esperada pode não ser em termos de energia, mas sim de custos financeiros. Ao ajustar o horário, espera-se que menos usinas termelétricas precisem ser acionadas, o que poderia resultar em uma redução nas contas de energia elétrica para os consumidores. Além disso, essa mudança poderia proporcionar mais horas de luz natural para atividades de lazer, contribuindo para a qualidade de vida da população.

O que dizem os especialistas?

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a reintrodução do horário de verão em 2024 não geraria economia de energia como ocorreu em décadas passadas. No entanto, o governo acredita que a medida pode auxiliar na gestão de carga e otimizar o uso de recursos energéticos disponíveis. Especialistas do setor aéreo também alertam que as companhias aéreas precisariam de um prazo de adaptação de 180 dias para se ajustar a uma nova mudança de horário.

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