A discussão sobre o retorno do horário de verão no Brasil está ganhando força novamente, e os impactos dessa possível mudança estão sendo amplamente debatidos. Após ser extinto em 2019, esse modelo, que visa economizar energia, voltou a ser cogitado devido à severa seca que afeta o país. Mas, quais serão as consequências para diferentes setores da economia? Neste artigo, vamos explorar os prós e contras dessa medida.
Retorno do horário de verão: O que isso significa?
O horário de verão foi implementado há mais de 90 anos como uma estratégia para reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente em períodos de alta demanda. A volta dessa prática pode ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico nacional, uma vez que o adiantamento dos relógios em uma hora significa que mais luz solar estará disponível durante as horas de pico de consumo. Essa mudança tem o potencial de melhorar a geração de energia e reduzir custos para o consumidor.
Benefícios para o setor de bares e restaurantes
Um dos setores que pode se beneficiar consideravelmente com a implementação do horário de verão é o de bares e restaurantes. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a movimentação entre 18h e 20h poderia aumentar em até 50%, o que geraria um impacto positivo no faturamento mensal desses estabelecimentos. A possibilidade de aproveitar mais horas de luz natural para socializar e praticar atividades de lazer atrai consumidores, melhorando a experiência e a segurança.
A visão do setor energético
No que diz respeito ao setor energético, o horário de verão pode ter um papel crucial na otimização do consumo de energia. Com o aumento da demanda de ar-condicionado, a mudança na rotina de consumo pode não ser tão significativa quanto no passado. Contudo, especialistas como Fernando Borborema, do grupo Delta Energia, destacam que a iniciativa pode resultar em benefícios, mesmo que não sejam totalmente claros. A discussão sobre a real eficácia dessa medida continua em aberto.
Desafios para as companhias aéreas
Por outro lado, o retorno do horário de verão representa um verdadeiro “nó logístico” para as companhias aéreas. As empresas terão que reprogramar toda a sua malha de voos, especialmente os internacionais, o que pode gerar custos adicionais significativos. Os horários de partida e chegada precisarão ser ajustados, afetando a conexão de muitos passageiros. A imprevisibilidade de uma mudança como essa é um ponto crítico que preocupa o setor.
Movimentação do governo e setores envolvidos
O governo brasileiro está em processo de análise sobre o retorno do horário de verão e sua viabilidade. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentará um plano de contingência em uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A avaliação técnica sobre os efeitos da mudança será fundamental para que o governo decida se avançará com a implementação.
Opinião pública e pesquisa de aceitação
A aceitação do público também é um fator relevante nessa discussão. De acordo com a pesquisa mencionada, cerca de 54,9% dos brasileiros estão a favor do horário de verão. O sentimento geral é de que a extensão da luz natural pode proporcionar mais qualidade de vida e oportunidades de lazer. No entanto, é importante que a decisão final considere todos os ângulos, inclusive os impactos na aviação e outros setores.
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