Queimadas e seca devem impactar os preços de alimentos, energia e combustíveis no Brasil, afetando o bolso do consumidor

O Brasil está enfrentando a pior seca dos últimos 70 anos, o que pode levar ao aumento dos preços de diversos produtos essenciais. Além disso, a intensificação das queimadas em várias regiões do país está agravando ainda mais a situação. Se você já notou uma elevação nos preços ou está preocupado com o impacto disso na sua vida, este artigo vai explicar como a seca e as queimadas estão mexendo com o custo dos alimentos, combustíveis e até mesmo da energia elétrica. Vamos mergulhar no assunto e entender como isso pode afetar seu bolso.

Queimadas e seca: um impacto direto no preço dos alimentos

O fenômeno da seca e das queimadas já é realidade em várias partes do Brasil, afetando áreas agrícolas cruciais. De acordo com o levantamento do IBGE, a projeção de agosto de 2024 para a colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas é de 296,4 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 6,0% em comparação ao ano anterior. Essa diminuição na produção reflete diretamente no aumento dos preços, visto que, com menos oferta, a demanda pressiona o custo dos alimentos.

Além disso, a propagação das queimadas, especialmente em regiões agrícolas e pecuárias, não só destrói cultivos, mas também prejudica a qualidade do ar e a saúde da população.

Açúcar e etanol: uma relação delicada com a seca

Um dos produtos mais afetados pela seca e pelas queimadas é a cana-de-açúcar, que impacta diretamente os preços do açúcar e do etanol. A região Sudeste, responsável por 64,2% do plantio de cana, sofreu uma queda expressiva na produção, com São Paulo registrando a maior baixa. Segundo o Cepea, o preço do açúcar cristal branco subiu mais de 4% em setembro de 2024.

Além disso, a produção de etanol deve cair cerca de 4,1%, o que pode resultar em um aumento de até 10% no valor desse combustível até o final de 2024. Isso afeta não só o preço do etanol, mas também da gasolina, já que o álcool anidro, derivado da cana, é misturado à gasolina.

Pecuária, soja e milho: impacto na alimentação animal

A pecuária e os cultivos de soja e milho também estão sofrendo com a falta de chuvas. Essas commodities são fundamentais para a produção de ração animal, o que significa que o aumento dos custos desses insumos pode elevar ainda mais o preço da carne, do leite e de outros produtos derivados. Com a soja e o milho em baixa produção, o impacto nos preços da carne e do leite é inevitável.

Leite e carne: alta nos preços já é sentida

Segundo o Cepea, o preço do boi gordo subiu 3,1% só nos primeiros 10 dias de setembro de 2024, e a expectativa é de que esse aumento continue. O leite acumulou uma alta de 32,1% no valor real desde o início do ano, e com a seca, a captação de leite deve cair ainda mais, resultando em novos aumentos de preço para derivados como queijos, manteiga e outros produtos lácteos.

Café, laranja e hortaliças: projeções para 2025

A seca também afeta safras de ciclo mais longo, como o café e a laranja. A produção de café no Brasil em 2024 deve cair 1,6%, o que pode levar a um aumento de preços em 2025, já que a oferta atual não é suficiente para cobrir a demanda.

Por outro lado, cultivos de ciclo curto, como hortaliças, têm a capacidade de recuperar mais rápido, e pode ser que o impacto nos preços desses produtos, como batata, tomate e cebola, seja menos severo.

Conta de luz: a seca também pesa na energia

A falta de chuvas também tem impactos diretos na energia elétrica. A bandeira tarifária vermelha, que indica um custo maior para o consumidor, foi ativada em setembro de 2024 e pode se manter por vários meses. Com isso, a conta de luz tende a aumentar, pressionando ainda mais o orçamento das famílias e empresas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *