Milei e a Batalha pelo Veto à Reforma Previdenciária
Javier Milei, o atual presidente da Argentina, está prestes a conquistar uma vitória crucial na sua disputa com o Congresso do país. A tarde de quarta-feira (11) promete ser decisiva para a manutenção de seu veto total à reforma da previdência aprovada pelo Senado em agosto. A pressão está em alta, com milhares de pessoas nas ruas e uma divisão acentuada dentro da União Cívica Radical (UCR), o principal partido opositor.
Milei e o Contexto da Reforma Previdenciária
A reforma previdenciária proposta visava ajustes nas pensões com base na ainda elevada inflação da Argentina. Esse ajuste poderia comprometer o rigoroso ajuste fiscal que Milei está tentando implementar. Com uma inflação persistente e uma economia em dificuldade, o governo busca evitar qualquer medida que possa exacerbar a situação fiscal.
Negociações e Votos Cruciais
Javier Milei não deixou nada ao acaso. Esta semana, o presidente negociou pessoalmente com membros da UCR, conseguindo virar votos a seu favor ou, pelo menos, obter abstenções suficientes para garantir que o veto seja mantido. Estima-se que Milei tenha conseguido o apoio de 8 a 10 deputados radicais, o que é crucial para que a oposição não alcance a maioria qualificada necessária para derrubar seu veto.
Protestos nas Ruas
Enquanto a Câmara dos Deputados discute a proposta, milhares de argentinos, incluindo muitos aposentados, têm protestado nas ruas próximas ao Congresso. A pressão popular visa forçar os deputados a derrubarem o veto presidencial, refletindo a intensidade e a polarização do debate em torno da reforma previdenciária.
Divisão na UCR
A UCR, tradicionalmente um partido unido, está dividida. O deputado Pablo Juliano, por exemplo, criticou seus colegas que inicialmente votaram a favor da lei de mobilidade de aposentadoria, mas que mudaram seu voto para apoiar o veto. Juliano acusou esses deputados de agirem por especulação eleitoral e não por convicção política. Em um discurso contundente, ele afirmou que manteria seu voto da sessão anterior.
Responsabilidade Fiscal e Opiniões Divergentes
O chefe do bloco PRO, Cristian Ritondo, aliado do ex-presidente Mauricio Macri, criticou a UCR por, segundo ele, “combinar com o kirchnerismo” para promover uma decisão fiscalmente onerosa. Ritondo enfatizou a importância da responsabilidade fiscal, argumentando que mais emissão monetária levaria a mais inflação e, consequentemente, mais pobreza.
O Futuro da Reforma e as Implicações Econômicas
O futuro da reforma previdenciária e o impacto do veto presidencial têm implicações significativas para a economia argentina. Se a reforma fosse implementada, com os ajustes nas pensões, poderia ter efeitos profundos sobre o ajuste fiscal que Milei tenta sustentar. Além disso, a manutenção do veto também reflete a habilidade do presidente em gerenciar a política interna e manter o controle sobre seu governo.
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