Odebrecht Engenharia Protocolou Pedido de Recuperação Judicial
A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) recentemente deu um passo crucial para tentar sanar seus problemas financeiros ao protocolar um plano de recuperação judicial. Este movimento, realizado na última segunda-feira, tem como objetivo a redução das dívidas acumuladas pela empresa, que ultrapassam R$ 4 bilhões. Mas o que está por trás desse pedido e como ele pode impactar o futuro da OEC?
Entendendo o Pedido de Recuperação Judicial da Odebrecht Engenharia
O plano de recuperação judicial apresentado pela OEC propõe uma reestruturação significativa das suas dívidas. A principal estratégia para alcançar essa redução é a obtenção de um novo financiamento, que será utilizado para pagar uma parte dos débitos existentes. O documento protocolado prevê que o valor da dívida seja reduzido de mais de R$ 4 bilhões para aproximadamente US$ 130,3 milhões, utilizando uma avaliação mais baixa dos bonds da Novonor, que foram adquiridos pela empresa.
Como a Nova Dívida será Gerida?
A OEC pretende obter um novo financiamento que varia entre US$ 120 milhões e US$ 150 milhões. Este financiamento será gerido como uma operação de debtor-in-possession (DIP), o que significa que a empresa terá prioridade no pagamento durante o processo de recuperação. O BTG, um dos maiores credores da empresa, também se comprometeu a subscrever e integralizar até US$ 120 milhões do novo financiamento, consolidando sua posição como financiador âncora da operação.
O Impacto das Dívidas e dos Bonds
Uma parte significativa das dívidas da OEC se origina da captação de bonds no mercado americano entre 2009 e 2014. A empresa arrecadou cerca de US$ 4,4 bilhões por meio de notas emitidas pela Novonor Finance Limited. A proposta de recuperação busca reduzir esse montante para US$ 130,3 milhões. A diferença será calculada com base no valor de mercado dos bonds herdados, com descontos significativos sendo oferecidos aos credores dependendo de sua aceitação do novo financiamento.
O Papel do BTG na Recuperação
O BTG Pactual, um dos principais credores da OEC, terá um papel central na reestruturação financeira da empresa. Além de ter adquirido uma parte relevante dos bonds, o BTG está comprometido com a integralização do novo financiamento. Este envolvimento estratégico é crucial para a execução bem-sucedida do plano de recuperação, dado o suporte financeiro robusto oferecido.
Prazo e Condições da Recuperação
O prazo máximo para a convocação da assembleia de credores, que decidirá sobre a aprovação do plano, é de 150 dias. A nova dívida será quitada em 48 meses, com metade do valor sendo amortizado logo após o desembolso inicial e o restante após 48 meses, com uma taxa de juros de 18% ao ano. Essas condições são projetadas para permitir que a OEC reestruture suas finanças de maneira manejável e sustentável.
Contexto da Crise Financeira da OEC
A crise financeira da OEC tem raízes profundas na operação da Lava Jato, que desencadeou uma série de problemas financeiros para a holding Odebrecht, agora conhecida como Novonor. Em 2019, a OEC tentou um acordo de recuperação extrajudicial de US$ 3 bilhões, mas nunca se recuperou totalmente das repercussões da operação. As dificuldades financeiras foram exacerbadas pela pandemia e pela escassez de crédito para grandes projetos de infraestrutura.
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